Os visitantes podem remar pela entrada da gruta através de uma passagem com o teto tão baixo que é preciso se encolher no barco para atravessá-la. Para entrar nela, o gondoleiro espera pelo menor nível da água entre duas ondas.
Então ele empurra a gôndola, apoiado numa corda instalada no paredão. É um esforço que vale a pena – uma vez lá dentro, um magnífico espectáculo geológico se revela na forma de uma enorme caverna ova- lada, iluminada por uma luz azul-prateada. É como entrar numa gigantesca safira.
Na segunda entrada submarina, a luz do sol ilumina a área branca no fundo da caverna e depois é refletida como um azul puro. A água absorve todas as outras frequências de luz, exceto a azul. Além dos turistas, que visitam a gruta há décadas, os romanos já a reverenciavam como o lugar de adoração do imperador Tibério. Eles decoraram as paredes da gruta com estátuas, incluindo uma de Netuno e Tritão, que foram descobertas no fundo do mar em 1964.
Pilares de terra de renon
Ao norte das Dolomitas, no Tirol Meridional da Itália, ficam essas curiosas formações rochosas – pedras que se equilibram como um chapéu mal encaixado no alto de um pilar de terra. Alguns dos pilares têm mais de 40m de altura e outros não passam de tocos. Eles surgiram quando uma geleira desceu pelo vale, durante a era glacial.
Com o aquecimento do planeta, há cerca de 10 mil anos, o gelo derreteu e a geleira encolheu, deixando Para trás não apenas esses belos fragmentos (chamados de penedos) que carregou pelo caminho, mas também rochas maiores e mais duras, que se desprenderam das encostas das montanhas.
Desde então, rios criaram valas na terra argilosa, enquanto a chuva aparou as ares- tas, criando fileiras de pilares de terra. Alguns dos pilares, cobertos por uma rocha, estavam protegidos da chuva, como uma pessoa com uma sombrinha.
Aos poucos, contudo, a precipitação desgastou as laterais dos pilares, trazendo com que a formação toda desabasse. Renon é apenas um de vários lugares assim encontrados nos Alpes.