Encontrada na costa selvagem do Cabo Oriental, cerca de 50 km a sudeste da cidade de Umtata. Nesse ponto, uma ilha de dolerito maciço, com paredões íngremes rocha, ergue-se entre as ondas, formando um obstáculo natural no estuário do rio Mpako.
Ao longo dos séculos, a ação combinada do rio e das ondas escavou um enorme buraco na ilha, que ganhou o nome de “Buraco na Parede”.
Para os nativos da etnia Xhosa que habitam a região, a pedra é chamada de esíKhaleni (A Casa do Trovão”). Em certas estações do ano, as ondas da maré alta batem com tanta força na abertura que o estrondo pode ser ouvido por todo o vale. Os Xhosa contam a história de uma linda menina que vivia perto da laguna que fica atrás do paredão de rocha. Uma criatura do mar, um homem parecido com uma sereia, quis a donzela para si.
Então levou com ele um peixe enorme que abriu caminho na pedra, criando o Buraco na Parede. A criatura do mar pegou a menina, que nunca mais foi vista. A beleza rústica do litoral nessa região, com suas colinas gramadas e penhascos íngremes cobertos por florestas de marmulanos e praias intocadas, forma o perfeito pano de fundo para esse cenário esplendoroso.
Promontório do Cabo
A península do Cabo se estende para o sul a partir da baía e montanha da Mesa e termina numa área de penhascos e praias assoladas pelo vento. O primeiro homem a avistar a península do mar foi o navegador português Bartolomeu Dias, em 1488. Há vários nomes associados ao extremo sul da península. Os nomes cabo das Tormentas e cabo da Boa Esperança são atribuídos a Dias.
A região tem a forma de um pé com o dedo apontando para leste – o cabo da Boa Esperança atualmente se refere ao extremo oeste do “calcanhar”, enquanto o extremo leste do “dedo”, com seus imensos paredões e a vista magnífica da baía Falsa, é conhecido como promontório do Cabo.
O corsário inglês Francis Drake, contornando o cabo em 1580, descreveu-o como “…o mais formoso cabo que nós vimos em toda a circunferência da Terra”. A lenda do navio fantasma Holandês Voador surgiu aí, no século XVII. O capitão no navio, Vanderdecken, estava com tanta dificuldade para contornar o cabo que teria pedido ajuda ao Diabo. Em consequência, ele e seu navio foram condenados a navegar pela região “por toda a eternidade”