O Lago Assal e o Chade, um dos maiores lagos do mundo

Terremotos e erupções vulcânicas são comuns no Djibutí, um pequeno país às margens do golfo de Àden, na desembocadura do mar Vermelho. Ele está sobre uma área geologicamente ativa da Terra, onde rochas derretidas do subsolo são bombeadas para a superfície nos lugares onde as placas continentais estão se separando.

Esse processo geralmente ocorre no fundo do mar mas há vestígios em terra firme.

Na verdade, se não houvesse os montes Danakil no litoral para impedir a invasão do mar Vermelho, a região poderia estar sob as ondas. A água do mar se infiltra pelas rochas, mas se acumula em uma depressão que forma o Assal, um lago de água doce 155m abaixo do nível do mar.

No verão, as temperaturas podem chegar a 57°C, o que faz dele um dos lugares mais quentes da Terra. Quando o lago evapora, a água restante é uma das mais salgadas do mundo.

Os leitos salgados de cintilantes cristais brancos criam um contraste evidente com as colinas vulcânicas de rocha negra ao redor. As águas do lago Assal variam de um azul opaco a turquesa, e de um verde-claro a um castanho ferruginoso, dependendo dos minerais presentes.

Lago Chade

O Chade, que já foi um dos maiores lagos do mundo, encolheu dramaticamente nos últimos 40 anos. Nos anos 1960, ele cobria mais de 26.000km2, mas em 2000 a área caiu para apenas 2.413km2.

Esse recuo se deve à diminuição das chuvas e aos enormes projetos de irrigação que extraem água do lago e dos muitos rios que o abastecem. Como o Chade é muito raso – com uma profundidade máxima de 7m -, é muito suscetível às menores mudanças em seu volume médio, o que resulta em uma oscilação sazonal em seu tamanho.

O lago Chade abriga cerca de 140 espécies de peixes, incluindo o incrível peixe pulmonado africano, que pode alcançar até 6m de comprimento. Na estação seca, esse peixe se esconde no leito do lago enquanto a água seca, hibernando numa toca subterrânea até a inundação seguinte. Ainda mais impressionante é a quantidade de aves aquáticas encontradas na região.

Acredita-se que centenas de espécies vivam ou migrem para o lago Chade. Mais de 1 milhão de indivíduos de apenas três espécies – marrecos, rabijuncos e combatentes (ou pavões-do-mar) – são encontrados na região durante o inverno. 

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